AMOR PATOLÓGICO: Quando o amor vira vício

Flórence Diedrich

31 de janeiro de 2016

Psicologia

O amor patológico, também conhecido como "dependência afetiva" ou "amar demais", se refere a uma forma adoecida de amar, em que o amor adquire característica de obsessão. Em função disto, pode ser comparado a um vício, em que no lugar da dependência se estabelecer em relação ao álcool ou drogas, por exemplo, ela se estabele em relação à pessoa amada. Embora o amor patológico possa ocorrer com homens, ele é mais frequente em mulheres. De forma geral, as pessoas mais propensas a desenvolver o amor patológico, são aquelas que sofreram privação emocional na infância, ou seja, que provém de lares com com pouca ou nenhuma segurançaa emocional ou física, pouco afeto, com alto grau de conflitos e possivelmente compulsões ou vicios entre os cuidadores. Assim, a pessoa internaliza uma forma não saudável de amar. Além disso, precisamos considerar que estamos inseridos em uma cultura que incentiva o amar demais. Seguem algumas características do amor patológico: - Sentem que precisam do outro para viver (sensação de vazio sem o parceiro) - A ideia de amor está muito vinculada ao controle (ciúme, desconfiança, posse) - Tendem a escolher parceiros emocionalmente indisponíveis (frios, egoístas) - Acham os parceiros estáveis "sem graça" - Possuem medo excessivo de serem abandonadas ou rejeitadas - Se relacionam muito mais com o parceiro idealizado do que com o parceiro real (acreditam sempre que "ele irá mudar") - Se submetem a tudo para não perder o amor do parceiro - Pensamentos e ações, na sua maioria, são direcionados ao companheiro - Perda de interesse por atividades que costumava gostar, passando a viver "a vida do companheiro" - Sensação constante de estar doando mais do que estar recebendo - Sensação de abstinência frente à perda ou ameaça de perda do objeto amado (taquicardia, insônia, tensão muscular, suor, forte angústia) - Apesar do enorme sofrimento, a pessoa não consegue sair da relação - A relação fica mais focada em brigas e insatisfação do que em construções positivas do casal Mas, afinal, qual o limite para o amor saudável? Definitivamente, é quando está prejudicando a saúde (física, emocional), e afetando negativamente a sua vida e das pessoas a sua volta, ou seja, quando o amor deixa de trazer coisas boas e traz muito mais angústias e sofrimento. Embora não seja um quadro simples, existe tratamento para o amor patológico. Como qualquer outra depend?ncia, o primeiro passo é reconhecer a condição e querer se tratar. A abordagem é geralmente multidiscilplinar, com o apoio de Psicólogos, Psiquiatras, Grupos de Apoio, com foco no fortalecimento da autoestima e na ressignificação da ideia de amor. O apoio de familiares e amigos é muito importante no processo de tratamento. Por: Flórence Diedrich Psicoterapeuta Individual e de Casal Obs: Este material é informativo e não substitui a consulta com um profissional